domingo, 21 de junho de 2009

Felicidade

E se entregou ao prazer de viver, intensamente, como se entrega uma mulher apaixonada ao amor de sua vida. E não quis saber do mundo, esqueceu de tudo, e quis ser apenas ela mesma, sem meias palavras, coisa que odeia, quando o que quer é poder gritá-las inteiras e repeti-las vezes e mais vezes. Deixou que a batida a levasse onde quer que fosse.
Ela foi feliz por alguns momentos, ainda vendo que o que fazia podia ser ou não o melhor... a estava fazendo bem naquele momento e ela na verdade nunca tem medo de se arrepender, apenas faz. O estado de embriaguez, as luzes coloridas, a batida interminável, o som de risadas escandalosas... Isso era o que ela precisava naquele momento.
Nada faria aquele sentimento passar... pelo menos até que ela pudesse parar pra pensar. Porque a reflexão a leva às feridas em que ela preferenão tocar, mas vive fazendo-o repetidas vezes, talvez na esperança de sará-las. Ainda que elas só resolvam doer vez ou outra.
(tempo)
(silêncio)
(tempo)
Ele tem o dom de usar as palavras certas, aquelas que acertam diretamente os cortes que só fazem latejar. Ela nem liga, ou pelo menos é o que parece, e volta a pensar, sozinha. Talvez ela esteja fazendo a coisa errada, quando correntes a amedrontam, apesar de não parecer. Talvez ela queira é motivo pra chorar de vez em quando, pra depois dizer que é forte, ou fingir que é. Talvez esteja tudo errado e ela não sabe exato se quer corrigir... A verdade é que ela entende sua predisposição ao masoquismo e volta a refletir. E quando dói ela tem forças pra encontrar uma cura.
Esse é o segredo.

Nenhum comentário: